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Cenário positivo para o trigo brasileiro

Recuo sazonal dos preços do trigo no Brasil na entrada da Safra 2020 pode ser limitado pela paridade das cotações do cereal com a Argentina, que teve produção prejudicada pela seca.

 

O trigo, ao lado dos fertilizantes, é uma das principais pautas de importação do agronegócio do Brasil, que é um dos cinco maiores importadores mundiais deste cereal. O consumo atual é de, aproximadamente, 12 milhões de toneladas, mas, na última safra o país produziu 5,3 milhões de toneladas. Havendo necessidade de importar o mesmo volume do ano passado, o desembolso poderá chegar aos 10 bilhões de reais.

A boa notícia para o produtor é que a queda sazonal do preço do trigo brasileiro, comum na entrada da safra e também esperada para 2020, aparentemente está com indicativos não ser tão incisiva como em outros anos.  A queda da cotação do cereal brasileiro já tendia a ser limitada por influência do câmbio na precificação. Porém soma-se agora a questão do clima desfavorável na Argentina, que é o principal fornecedor do cereal para o mercado brasileiro.

 

Da Argentina, os brasileiros trouxeram 3,13 milhões, de um total de cerca de 3,5 milhões de toneladas, com outros países do Mercosul como Paraguai e Uruguai complementando a maior parte da oferta importada.

 

O trigo, cultura relativamente nova no Brasil Central, já está no DNA do produtor na Região Sul há várias gerações. Estão dominadas todas as tecnologias para alcançar altas produtividades. As barreiras que existem são muito mais comerciais do que técnicas, mas o setor produtivo está buscando soluções como a contratação por meio das indústrias alimentícias de farinhas específicas para diversos mercados (biscoitos, pães congelados, pães integrais, massas, farinhas branqueadoras). Outras iniciativas contam com trigo para a produção de carnes, como base tanto na indústria de rações em suínos e aves, quanto nas pastagens para produção de leite e engorda de animais.  Existe ainda a opção de exportação, onde o trigo brasileiro encontra boa aceitação nos mercados do sudoeste asiático.

Diante da a escalada do dólar (aumento de cerca de 32% desde janeiro, combinado ao aumento de 23% do custo das farinhas), a instabilidade dos mercados com os riscos associados a paralisação de exportação de diversos países e a necessidade de abastecer a população em cenário pós pandemia de Coronavírus, o trigo pode agir reduzindo resultados que impactam o balanço de oferta e demanda do produto no País, ampliando a segurança alimentar e dinamizando a economia do Brasil. 

Data: 17/07/2020

 

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